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Segundo a DGS/INSA:

Um estudo epidemiológico do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS), com colaboração da Unilabs, sobre a efetividade das vacinas mRNA contra a COVID-19 estimou que o risco de uma infeção pela variante Delta em vacinados é, aproximadamente, o dobro do risco de infeção pela variante Alpha, uma tendência verificada tanto em indivíduos com o esquema vacinal parcial como em indivíduos com o esquema vacinal completo. Estas conclusões estão de acordo com os estudos internacionais que avaliaram a efetividade das vacinas COVID-19 contra a variante Delta.

O estudo teve como objetivo comparar a efetividade das vacinas mRNA em casos da variante Delta e Alpha, recorrendo a um indicador aproximado de carga viral para apurar o potencial de transmissibilidade de cada caso. De acordo com os resultados obtidos, observou-se que os infetados com a variante Delta apresentaram, em média, valores de carga viral mais elevados, o que poderá significar uma maior transmissibilidade. Estes resultados sugerem uma menor efetividade das vacinas mRNA contra a infeção pela variante Delta em comparação com a variante Alpha.

O estudo contribui, assim, para robustecer a evidência científica sobre a menor efetividade das vacinas mRNA contra a infeção pela variante Delta, assim como a maior transmissibilidade desta variante, atualmente dominante em Portugal e na Europa. O estudo em causa não analisou a efetividade das vacinas mRNA contra doença sintomática, hospitalização ou morte.

Se se considerar que, no período de predomínio da variante Alpha, a efetividade das vacinas mRNA contra infeção era de 55 a 70% com esquema parcial e de 70 a 90% para o esquema vacinal completo, com base nos resultados deste estudo do INSA e da DGS a efetividade das vacinas mRNA contra a infeção pela variante Delta passariam a ser de 24 a 49% e de 41 a 80%, respetivamente para o esquema parcial e esquema completo.

Outro dos principais resultados deste trabalho refere que os indivíduos com o esquema vacinal completo apresentaram menor carga viral e potencialmente menor transmissibilidade do que os indivíduos não vacinados para ambas as variantes de preocupação analisadas (Delta e Alpha). No caso dos indivíduos infetados com a variante Delta, não se identificaram diferenças no indicador de carga viral entre os indivíduos não vacinados e os vacinados parcialmente, sugerindo assim equivalente nível de transmissibilidade.

Desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia, de Doenças Infeciosas e de Genética Humana do INSA, e pela Direção de Serviços de Informação e Análise da DGS, o estudo compreendeu o período de transição entre o predomínio da variante Alpha para a variante Delta (maio a julho de 2021) e analisou 2.097 casos de infeção por SARS-CoV-2 confirmada laboratorialmente por RT-PCR, para os quais foi possível identificar a variante de preocupação por sequenciação do genoma do total, realizada pela Unidade de Bioinformática do INSA, ou por amplificação do gene S, estes últimos analisados no laboratório Unilabs.

A informação sobre o estado vacinal foi recolhida do registo nacional de vacinação (Vacinas) e a informação sobre os infetados do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE).

As conclusões deste trabalho foram publicadas no artigo “Delta variant and mRNA Covid-19 vaccines effectiveness: higher odds of vaccine infection breakthroughs”, que se encontra disponível, desde 22 de agosto, em pre-print no repositório medRxiv e pode ser consultado aqui.